Para aqueles interessados na história da lingüística no Brasil, a Biblioteca Digital Curt Nimuendaju acaba de incluir em seu acervo o texto "Fundação da lingüística americana", segundo capítulo do tomo II (livro V) da História da Companhia de Jesus no Brasil, de Serafim Leite (1938). Além de tratar -- como seria de se esperar -- dos esforços jesuítas na lida com a língua mais usada na costa do Brasil (o Tupinambá ou Tupi da Costa), o texto menciona o Maromomim, língua 'tapuia' de São Paulo que, de acordo com Aryon Rodrigues ('Macro-Jê', em Dixon & Aikhenvald 1999, p. 166), poderia ter pertencido à família Puri (tronco Macro-Jê). De acordo com as fontes jesuítas, o jesuíta Manuel Viegas (falecido em 1608) teria produzido vocabulário, catecismo e uma gramática da língua Maromomim. Tais documentos, contudo, nunca foram localizados (e se forem, um dia, este seria sem dúvida um importante achado). E, por falar na família Puri, o vocabulário de Torrezão (1889) foi também incluído recentemente na Biblioteca.